Quanto um despachante cobra para tirar pontos da carteira?

Nicholas Rodrigues
December 21, 2024

Cada infração cometida no volante gera pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que, quando acumulados, podem levar à suspensão do direito de dirigir. Diante desse cenário, muitos motoristas buscam alternativas para lidar com a situação, e uma dúvida comum surge: quanto um despachante cobra para tirar pontos da carteira?

 

Embora o papel do despachante seja legítimo em diversos processos administrativos relacionados à CNH, como regularização de documentação ou recursos de multas, é essencial compreender até onde vai a atuação legal desses profissionais. 

 

Além disso, é fundamental saber se realmente é possível "tirar" pontos da carteira e quais os riscos e implicações de recorrer a serviços pouco confiáveis.

 

Neste post, vamos abordar como funciona o processo de pontos na CNH, o papel do despachante, os custos geralmente envolvidos e alternativas viáveis para lidar com infrações. Se você está em busca de informações claras e éticas sobre o tema, continue lendo!

 

É possível legalmente tirar pontos da carteira?

 

O sistema de pontos na Carteira Nacional de Habilitação foi criado para reforçar a segurança no trânsito, penalizando condutores que cometem infrações e incentivando práticas responsáveis ao volante. 

 

Cada infração registrada gera uma quantidade específica de pontos, dependendo da gravidade. Essas pontuações, acumuladas ao longo de 12 meses, podem levar à suspensão do direito de dirigir caso ultrapassem o limite estabelecido pela legislação.

 

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o sistema de pontos opera da seguinte maneira:

  • Infrações leves: 3 pontos.
  • Infrações médias: 4 pontos.
  • Infrações graves: 5 pontos.
  • Infrações gravíssimas: 7 pontos.

 

O limite de pontos que um condutor pode acumular em 12 meses varia:

  • 20 pontos para motoristas com duas ou mais infrações gravíssimas.
  • 30 pontos para motoristas com apenas uma infração gravíssima.
  • 40 pontos para motoristas sem infrações gravíssimas no período.

 

O condutor pode recorrer das multas que geraram os pontos, mas o sistema não permite "apagar" ou "retirar" pontos diretamente da carteira de forma automática ou por solicitação.

 

É legalmente possível tirar pontos da CNH?

A resposta é: não é possível legalmente remover pontos da CNH após o registro da infração e o término do prazo para recurso. Os pontos só deixam de ser considerados após o término do período de 12 meses contados a partir da data da infração, ou se a multa que os gerou for anulada em processo de defesa ou recurso.

 

Portanto, qualquer oferta de "retirar pontos da carteira" feita por terceiros pode indicar práticas ilegais. Somente o cancelamento da multa através de defesa administrativa ou judicial pode impactar a pontuação.

 

Regularizar infrações versus práticas ilegais

O condutor pode contestar uma infração apresentando defesa prévia, recursos em primeira ou segunda instância, ou comprovar erros no processo de autuação. Para isso, é possível contar com despachantes ou advogados especializados para orientações e trâmites dentro da legalidade.

 

Ofertas para "transferir" pontos para outro condutor de forma fraudulenta ou eliminar registros sem processo legítimo são crimes e podem acarretar consequências graves, como multas adicionais e até processos judiciais.

 

A busca por soluções fora da legalidade pode trazer sérios prejuízos ao condutor, incluindo o agravamento da situação com suspensão da CNH ou complicações judiciais. Por isso, é essencial entender os limites da atuação legal e recorrer sempre a caminhos éticos para resolver problemas com infrações e pontos acumulados.

 

O papel do despachante

 

O despachante é um profissional especializado em lidar com processos burocráticos relacionados a veículos, trânsito e documentos oficiais. Ele atua como um intermediário entre os cidadãos e os órgãos competentes, como o Detran, oferecendo conveniência para quem busca regularizar questões relacionadas à CNH, multas ou documentação veicular. 

 

Contudo, a atuação desse profissional possui limites legais que devem ser respeitados. Entre os principais serviços administrativos e burocráticos prestados pelo despachante estão:

  • Regularização de veículos (transferência de propriedade, emissão de documentos como CRV e CRLV).
  • Emissão de taxas e tributos relacionados ao trânsito.
  • Orientação e acompanhamento de processos junto ao Detran.

 

No contexto da CNH, o despachante auxilia em tarefas como renovação da habilitação, processos para reciclagem da CNH em caso de suspensão, e até no acompanhamento de recursos contra multas, tornando mais ágil e prático o trâmite para motoristas que não têm tempo ou conhecimento para resolver questões diretamente.

 

Limitações legais do despachante

Embora os despachantes desempenhem um papel importante na desburocratização de processos, é crucial entender até onde vai sua atuação legal:

  • Não podem remover pontos da carteira diretamente: apenas o cancelamento de multas por meio de defesa ou recurso, aprovado pelas autoridades de trânsito, pode levar à exclusão dos pontos.
  • Não podem prometer resultados garantidos em recursos: a decisão final sobre multas e penalidades cabe exclusivamente às autoridades competentes.
  • Não podem alterar ou fraudar informações: qualquer tentativa de manipulação de dados, como transferir pontos para outro condutor de forma fraudulenta, é crime e pode levar a sanções severas.

 

Por isso, ao contratar um despachante, é fundamental verificar a idoneidade do profissional e garantir que suas ações estejam sempre alinhadas com a legislação vigente. A atuação dentro dos limites legais protege tanto o despachante quanto o motorista, evitando complicações futuras.

 

Quanto um despachante cobra para tirar pontos da carteira?

 

Os custos do serviço de despachante podem variar amplamente dependendo da região e da complexidade do caso. Em grandes capitais, onde a demanda pelos serviços é maior, os preços tendem a ser mais elevados. Em regiões menores, os custos podem ser mais acessíveis.

 

O custo pode incluir apenas a consultoria ou abranger a preparação e acompanhamento de defesas e recursos administrativos. De forma geral, os preços para serviços legítimos, como acompanhamento de recursos de multas, costumam variar entre R$ 200,00 e R$ 800,00, dependendo da infração e da região. 

 

Já ofertas que prometem diretamente "apagar" pontos, muitas vezes anunciadas com valores muito baixos, são fortes indícios de práticas ilegais e devem ser evitadas. Pagamentos feitos a profissionais desonestos podem não resultar na solução do problema, gerando ainda mais custos para o condutor.

 

Motoristas que participam de esquemas fraudulentos podem enfrentar ações judiciais, cassação da CNH e multas adicionais. Portanto, é essencial contratar despachantes que atuem de forma ética e transparente, evitando qualquer oferta que fuja das regras estabelecidas pelo CTB. 

 

Como identificar práticas duvidosas no mercado?

 

Quando o assunto é "tirar pontos da carteira", o mercado pode atrair motoristas desesperados, e, infelizmente, isso abre espaço para práticas ilegais e promessas enganosas. Identificar sinais de alerta e compreender as consequências de ações fraudulentas são passos fundamentais para proteger-se e manter sua CNH em conformidade com a lei.

 

Algumas características podem indicar que o serviço oferecido não é legítimo. Ao buscar ajuda de despachantes ou outros profissionais, fique atento aos seguintes sinais de alerta:

 

Promessas de “apagar pontos” sem recurso legal:

Qualquer oferta para eliminar pontos diretamente, sem seguir os trâmites administrativos previstos no Código de Trânsito Brasileiro, deve ser encarada com desconfiança.

 

Preços muito baixos ou condições fáceis:

Valores fora do padrão de mercado ou promessas rápidas, como “resolvemos em 24 horas sem documentação”, são indícios de irregularidades.

 

Falta de contrato ou recibo:

Serviços legítimos sempre fornecem documentação para formalizar o acordo e proteger o cliente. A ausência de contrato pode indicar má-fé.

 

Solicitação de dados para transferir pontos:

Pedidos para transferir pontos a terceiros, sem base em documentação oficial, são indícios claros de práticas fraudulentas.

 

Reputação negativa:

Verifique a reputação do profissional ou empresa. Depoimentos ruins, falta de registro em associações ou reclamações recorrentes são sinais para evitar o serviço.

 

Consequências legais para motoristas que tentam fraudar o sistema

Participar de esquemas para "apagar" pontos ou transferi-los de forma irregular pode acarretar graves consequências legais para os motoristas:

 

Processo criminal:

A falsificação de documentos ou o fornecimento de informações falsas constitui crime, previsto no Código Penal, com penas que podem incluir prisão.

 

Multas adicionais e penalidades administrativas:

Além de responder judicialmente, o condutor pode ser penalizado com multas extras e até cassação da CNH.

 

Perda de confiança:

Envolver-se em práticas fraudulentas pode prejudicar sua credibilidade junto às autoridades e dificultar a solução de problemas futuros.

 

Agir dentro da lei é a melhor forma de proteger sua habilitação e evitar complicações.  Respeitar o sistema de trânsito é um ato de responsabilidade com a sociedade e contribui para um ambiente mais seguro para todos.

 

Processos ilegais podem gerar custos altos e desgastes emocionais, enquanto seguir os trâmites oficiais oferece previsibilidade e tranquilidade. Escolher profissionais confiáveis e seguir os trâmites legais é sempre o melhor caminho para resolver problemas com pontos na CNH.

Vale a pena contratar um despachante para tirar pontos da carteira?

 

Contratar um despachante pode oferecer conveniência, mas o custo-benefício desse serviço depende de vários fatores:

 

Vantagens:

  • Agilidade no processo: um despachante experiente conhece os trâmites e pode economizar tempo ao lidar com a burocracia.
  • Orientação técnica: eles oferecem suporte na preparação de recursos, evitando erros que possam levar ao indeferimento.
  • Conveniência: para quem não tem tempo ou familiaridade com os processos, o despachante pode ser uma solução prática.

 

Desvantagens:

  • Custo elevado: dependendo da região e da complexidade do caso, o serviço pode ser caro, variando entre R$ 200 e R$ 800 ou mais.
  • Limitações legais: o despachante não pode garantir a exclusão de pontos ou o cancelamento de multas, já que essas decisões dependem dos órgãos de trânsito.
  • Riscos de práticas ilegais: escolher profissionais desonestos pode trazer mais prejuízos do que benefícios.

Antes de decidir pela contratação de um despachante, é essencial considerar a complexidade do problema. Infrações simples ou com prazos de recurso ainda abertos podem ser resolvidas diretamente pelo condutor, economizando dinheiro.

 

Considere também a necessidade de suporte técnico. Motoristas que não têm familiaridade com processos administrativos podem se beneficiar da orientação de um despachante. Verifique se o profissional é ético e atua dentro da legalidade, evitando promessas milagrosas ou irrealistas.

 

Contratar um despachante pode valer a pena para quem busca conveniência e suporte técnico, mas é fundamental avaliar o custo-benefício e assegurar que o profissional atua dentro dos limites da lei.

 

Em muitos casos, o motorista pode resolver a situação diretamente com o Detran ou buscar alternativas como advogados especializados em trânsito. Cada caso é único, e tomar uma decisão consciente é a melhor forma de proteger sua habilitação e evitar problemas futuros.

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December 21, 2024
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